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Quem organizou esse método de trabalho?

Publicado em 10/12/2019

Bert Hellinger

Quem foi Bert Hellinger?

Foi membro, como religioso professor na Congregação dos Missionários Mariannhill por 25 anos e trabalhou a maior parte de sua vida como padre na região da África do Sul junto à população dos Zulus. 
  • Quando nasceu: 16.12.1925
  • Quando faleceu: 19.09.2019

Como foi a sua saída da Congregação?
  • Numa entrevista que Hellinger deu a Gabriele Ten Hovel que se transformou num livro chamado : “O Reconhecimento das Ordens do Amor” da editora Cultrix na pg. 35, Bert Hellinger afirma que sua saída da Ordem Missionária Católica, não foi um rompimento, que não tinha acusações contra à Instituição. Foi um ciclo de sua vida importante que chegou ao fim. Quando ele ficara num internato da mesma Instituição ainda criança até o início da sua juventude, afirmou que foi um dos períodos mais importantes de sua vida. Olhava tudo que recebeu como algo importante que tinha deixado no passado e que sua história com a Igreja em muitos aspectos tinha efeitos positivos em sua vida. Quando ele fala sobre esse tema, discorre com respeito e gratidão. Ele recebeu da Congregação e também deu algo ao grupo religioso que pertencia, houve uma troca e ele seguiu com a vida sem nenhuma reinvindicação. Falou da relação de amizade que tinha com seu pároco local e olha para as paróquias como algo bom, mas que faz parte do passado e que não pertence mais a Instituição.  A saída de Hellinger da Congregação não foi um abandono, ele mandou carta a seus superiores em Roma, comunicando sua saída conforme as regras canônicas da época. Agiu de forma adulta e respeitosa.

Quando Hellinger saiu ele se casou?
  • Sim, duas vezes. A primeira mulher foi Herta e a segunda que viveu até morrer Maria Sophie.
  • Teve filhos? Não.
  • As constelações tem caráter místico ou religioso? Não.
  • Qual a fundamentação? A fundamentação está na fenomenologia e nos seus predecessores como Virginia Satir, Janov, Moreno.

Quando posso fazer uma constelação?
  • Uma constelação é em casos de questões sistêmicas. Uma questão sistêmica é quando acontece eventos recorrentes na vida pessoal ou no grupo familiar. Exemplos: Inicia vários projetos sem conseguir concluir, falência financeira, envolvimentos frequentes com pessoas comprometidas com outros parceiros(as), envolvimentos constantes com parceiros violentos. Sensação de que algo ruim irá acontecer quando completar uma certa data de aniversário- Síndrome do aniversário. Eventos de depressão frequente entre os membros da família. Sensação de não pertencimento no sistema familiar, e outros. 
Se constela um defeito de caráter?
  • Defeito de caráter se resolve com as terapias convencionais, as constelações não substituem as intervenções tradicionais: psicanálise, gestáltica terapia, análise corporal, psicologia positiva, psicologia analítica e outras abordagens. As constelações podem proporcionar uma ajuda eficaz nessas e em outras abordagens. Tive experiências de psicólogos que levaram seus clientes para participar de workshop de constelação ou para uma sessão individual e foi extremamente revelador tanto para o cliente como para o próprio psicólogo, ajudando na compreensão de algumas dinâmicas ocultas presente na vida do indivíduo, ambos puderam dar passos rápidos no processo da análise. A ajuda era imediata e o psicólogo se colocava no seu lugar em paz como terapeuta e o cliente adquiria forças para uma resolução. Nem tudo se resolve com as constelações e as constelações  podem ajudar profundamente nas dinâmicas ocultas que dificultam a vida do cliente fluir com leveza e progresso.
Como acontece uma constelação?
  • É muito simples. Sendo em grupo ou individual,  o condutor ou Constelador, fica sentado e o cliente senta-se ao lado do Constelador se o trabalho for em grupo ou na frente do condutor, sendo individual. Esse procedimento pode variar, o importante é o cliente e o condutor estarem confortáveis e seguros. O condutor pergunta qual a questão, qual o problema e o cliente deve falar de forma clara e objetiva sem muitos detalhes, isso porque a abordagem é breve e focada, e para  evitar transferências e contratransferências, olhamos para o cliente como protagonista do processo, o responsável, como adulto, evitando todas as armadilhas de infantilização, de vitimização ou de aceitar a missão de resolver o problema. Uma solução vem do movimento fenomenológico das constelações, é um trabalho anímico. O condutor pode ou não fazer algumas perguntas a partir do genograma. Estando claro a questão, o condutor pede que o cliente escolha pessoas para representar os elementos mais importantes. Após a escolha, o cliente irá posicionar os representantes num determinado espaço, seguindo seus sentimentos, nesse momento, acontece a   constelação propriamente dita. Constelar é colocar os representantes escolhidos, um em relação ao outro, no espaço físico pré-determinado, essa colocação deve ser concentrada e em silêncio, seguindo uma imagem interna da família ou da questão que o cliente tem na sua psiquê. Eu sempre digo que é uma pintura que se faz usando os representantes ao invés de tinta e pincel, é uma expressão de um pedaço do mundo interno que está em conflito. Essa imagem não constitue os fatos em si, mas ela pode dizer muito dos fatos. Colocado os representantes, é dado um tempo para que os representantes experimentem como é ficar naquele lugar dado pelo cliente, se ele tem relação com os demais membros representados, se ele tem algum sentimento. Após esse tempo, o condutor pergunta se os representantes tem alguma coisa para falar estando daquele lugar colocado pelo cliente. E, é interessante que eles revelam até o que não foi dito pelo cliente. O condutor tem o olhar nos representantes, no cliente e quando em grupo, nos membros que participam do workshop. Podem se permitir movimentos livres, segundo a força do campo familiar, onde frequentemente se revela as dinâmicas ocultas do que dificulta o amor fluir de forma saudável, os emaranhamentos, e a solução.  Tendo observado essas questões, o condutor aponta para o cliente o que se apresentou, e conclui o trabalho usando algumas frases de ligação e de solução, movimentos de ligação e de solução. Assim o cliente toma uma nova consciência.
Qual a finalidade das constelações?
  • Devolver a identidade do cliente, para viver sua própria vida, para escolher com mais liberdade e assumir as consequências das escolhas como um adulto. Assumir sua vida do jeito e da forma que é sem culpabilizar outros, sem culpabilizar o destino ou mesmo o próprio Deus. Devolver a alegria de viver de forma real proporcionando uma leveza nas relações. Enfim, viver a vida, pois só se tem uma vida. E, viver a própria vida, contribui para a paz individual e social.
Por que nas constelações os representantes expressam sentimentos de alegria ou dor dos membros da família que ele está representando? Isso não é manifestação do espiritismo?
  • As constelações não trabalham com dogma de nenhuma religião. Certamente, todas as religiões enquanto expressão de um sistema de crença, de determinado grupo, tem sua importância, seja ela qual for. Um Constelador ou Constelando pode ter ou não uma religião, uma forma de expressão de fé. Da mesma maneira, pode existir Consteladores Agnósticos e Ateus. O fenômeno da expressão de sentimentos alheios ao representante, poderá acontecer independente da crença religiosa dos envolvidos. Não lidamos aqui com paradigmas dogmáticos, sejam eles religiosos ou científico mecanicista positivista. Nossa abordagem é cientifica fenomenológica, filosófica fenomenológica. Não existe nenhum misticismo como expressão de verdade no método das Constelações. Não obstante, alguns Consteladores carentes de uma formação mais profunda, por não terem tido aprofundamento da técnica, do método e da filosofia, não tiveram uma acurada formação Sistêmica fenomenológica, acabam por dogmatizar alguns aspectos assim como mistificar o mesmo. Aqui não cabe nenhum dogmatismo, já que o trabalho é de cunho fenomenológico.   
  • Podemos chamar esse fenômeno das manifestações de sentimentos e informações dos representantes dentro de uma Constelação Sistêmica Fenomenológica, de Campo de Ressonância de Informação, ou seja, Campo Morfogenético. Esse campo foi observado pelo biólogo inglês Rupert Sheldrake, ele elaborou a teoria dos Campos Mórficos. Também Podemos chamá-lo de ressonância do cérebro social observado pelo neurocientista Matthew D. Lieberman, PhD UCLA. Em suas pesquisas ele observa que uma determinada área do cérebro, é ativada intensamente, por exemplo quando uma pessoa é excluída do grupo que pertence, é a mesma área ativada no caso de dor crônica, conclui-se que ser excluído provoca uma dor profunda registrada numa parte do cérebro chamada Córtex Cingulado Anterior. Essa dor de ser excluído do grupo do qual pertencemos foi observado intuitivamente por Bert Hellinger. Essa observação foi tema de pesquisa do mestrado de VÂNIA MEIRA E SIQUEIRA CAMPOS, médica e consteladora de Goiânia, o tema de sua pesquisa foi o corpo se lembra, doenças físicas e traumas.    Podemos explicar ainda pela Epigenética, que trata de como os genes se expressam e produz informações de uma geração para outra a partir do meio ambiente que o indivíduo está inserido. Podemos observar nesse caso que pessoas que tenham passado privação de alimento numa geração, tem possibilidade de ter filhos na outra geração que mesmo tendo alimento disponível tendem a ser obesos, mesmo que não queiram, é uma informação que diz: “é necessário reservar energia para os tempos de escassez”.
  • Concluindo por hora, porque esse é um tema de muitas pesquisas, não acontece nada místico e religioso nas Constelações Familiares Fenomenológicas. O que acontece são fenômenos psíquicos, inconscientes e observáveis. Infelizmente, temos uma tendência de atribuir forças divinas e religiosas no que não entendemos ou temos preguiça de buscar o entendimento. Recorremos mais à autoridades constituídas hierarquicamente dentro dos nossos sistemas de crença do grupo que pertencemos do que a autoridade da verdade do conhecimento, essa exige expandir a consciência e ter uma postura crítica. Muitas vezes, preferimos a segurança de nossa Ignorância e Ingenuidade do que a Verdade do Conhecimento que nos obriga a sair da zona de conforto. Nenhuma autoridade cala a Verdade. A verdade é inexorável. Vivemos tempos de informações rápidas e sem profundidade, de expressões de pensamentos sem reflexões, sem parâmetros críticos. A maioria das pessoas que gritam seus argumentos, carecem de fundamentos, a falta de fundamentos sólidos produz argumentos dogmáticos e autoritários. Pessoas assim querem impor suas opiniões no grito. Nesse tempo de comunicação rápida, o entendimento é precário, ou seja,  é um sofismo.
O que são Ordens do Amor?
  • Explico com uma comparação. Imagine uma jarra d’água. Imaginou? A jarra que limita água é a ordem e a água é o amor. Ou, veja o rio correndo. O rio corre no leito. O leito do rio é a ordem e a água que flui o amor. O amor não flui naturalmente sem a sua ordem, sem a ordem o amor gera doenças.
Quais são as ordens do amor?
  1. Pertencimento
  2. Tempo
  3. Equilíbrio


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